sábado, 2 de julho de 2011

SEPARANDO AS ESCOVAS DE DENTES...

SEPARANDO AS ESCOVAS DE DENTES
Por Mônica de Pinho Pinaud, Autora de “E nós não fomos felizes para sempre”


            Um dia vocês dois decidiram viver juntos. E, em outro dia, por decisão conjunta ou unilateral, se separaram. Ambos sofreram, mesmo quem decidiu partir, pois, à vezes, não o fez por querer mas porque precisava, não era feliz e não via o outro ser. Sofrem os dois e outras pessoas também, os pais sonhadores, os amigos do casal e, principalmente, os filhos.
            Lembro de um amigo comentando com que tristeza discutia com sua esposa com quem ficaria cada objeto que ele se lembrava de terem comprado juntos e escolhido o lugar da casa em que os colocariam. Ele dizia “como é triste, é cruel”.
            Quantos jovens noivos estão neste minuto comprando felizes um faqueiro que _ nem sonham _ amanhã ficará com apenas um deles. Ou aquelas duas canequinhas tipo ele-e-ela que se completam e que também irão se despedir e ocupar prateleiras diversas...
            Mas se for necessário, há que se feito. E é importante ter maturidade e respeito mútuo para que ninguém se magoe mais do que a dose inevitável.
            O tempo será o melhor conselheiro e todas as dores se atenuarão. Poderá não ser uma separação definitiva mas é melhor encará-la como se fosse, para não haver cultivo de ilusão, que é uma erva daninha e psicotrópica difícil de arrancar quando se enraíza.
            Para aquele que fica na casa onde vivia o casal é mais complicado pois em todos os cantos há memórias, mesmo que os objetos pessoais do outro tenham sido levados. Há sempre os de uso comum, como o sofá e a cama, testemunhas de cenas boas e ruins. Por isso é interessante reformar a casa pois isso ajuda o cérebro a se descondicionar. Não é preciso gastar muito dinheiro,ou talvez até nenhum, basta trocar móveis, quadros e enfeites de lugar, forrar poltronas e almofadas com capas de cores bem diferentes das que estavam. Ponha também objetos bem marcantes como espelhos e flores, espalhe aromas que lhe agradem.
            Se não tiver coragem, idéias ou ânimo para fazer a mudança pense em um amigo de confiança (e bom gosto) e façam isso juntos, será divertido. Ou, tire a tarde para dar uma volta e peça que mudem tudo de surpresa e, na volta, delicie-se com a novidade.
            Vamos tocar a vida da melhor forma possível, pois as escovas se separaram e agora cada um tem que cuidar de seus próprios dentes para que estes apareçam numa gostosa gargalhada!

Se preferir, assita em vídeo:

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